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22 de setembro de 2010

MUNDO REAL, TÃO VIRTUAL...








Sinta minha dor
Absorve-me.Toma-me.                
Sinta minha dor.
Liberta-me, liberta-me.
Descubra-me, descubra meus sinais.
Sinta minha dor.

Suaviza (esta dor), conforta-me.
Perceba, perceba.                   
Mutilaram-me, machucaram-me.
Liberta-me.

Suaviza (esta dor), conforta-me.
Liberta-me.
Suaviza (esta dor), conforta-me.
Liberta-me, ameniza a dor.     
Ameniza minha dor.                
Ameniza minha dor.

Liberta-me, Senhor.                      
Alivia minha dor, Rei.              
Ameniza minha dor.
Ameniza minha dor.
Tira-me esta dor, Senhor.
(Letra da música “Ameno’ (em latim) do grupo Era e traduzida para o português)

Para ler, pensar e agir...

Entrei apressado e com muita fome no restaurante.
Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, porque queria aproveitar os poucos minutos que dispunha naquele dia, para comer e resolver alguns problemas de programação num sistema que estava a desenvolver, além de planear a minha viagem de férias, coisa que há tempos que não sei o que são.
Pedi um filete de salmão com alcaparras em manteiga, uma salada e um suco de laranja, afinal de contas fome é fome, mas regime é regime não é?
Abri o meu portátil e apanhei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim:
- Senhor, não tem umas moedinhas?
- Não tenho, menino.
- Só uma moedinha para comprar um pão.
- Está bem, eu compro um.
Para variar, a minha caixa de entrada está cheia de e-mail’s.
Fico distraído a ver poesias, as formatações lindas, rindo com as piadas malucas.
Ah! Essa música leva-me até Londres e às boas lembranças de tempos áureos.
- Senhor, peça para colocar margarina e queijo.
Percebi nessa altura que o menino tinha ficado ali.
- Ok. Vou pedir, mas depois deixas-me trabalhar, estou muito ocupado, está bem?

- Que bom isso. Gostei!
- Menino, entendeste o significado da palavra virtual?
- Sim, também vivo nesse mundo virtual.
- Tens computador ?!!! - exclamei eu...
- Não, mas o meu mundo também é vivido dessa maneira...dessa maneira virtual.
A minha mãe fica todo dia fora, chega muito tarde, quase não a vejo, enquanto eu fico a cuidar do meu irmão pequeno que vive a chorar de fome e eu dou-lhe água para ele pensar que é sopa, a minha irmã mais velha sai todo dia também, diz que vai vender o corpo, mas não entendo, porque ela volta sempre com o corpo, o meu pai está na cadeia há muito tempo, mas imagino sempre a nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos de natal e eu a estudar na escola para vir um dia a ser médico.
Isto é virtual não é senhor???
Fechei o portátil mas não fui a tempo de impedir que umas lágrimas caíssem sobre o teclado.
Esperei que o menino acabasse de literalmente "devorar" o prato dele, paguei, e dei-lhe o troco, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que já recebi na vida e com um...
"Brigado senhor, você é muito simpático!".
Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel nos rodeia de verdade e fazemos de conta que não percebemos!   
(Texto apresentado em PowerPoint ao som da música acima mensionada – texto sem identificação do autor)

Depois dessa leitura da vida real, eu, Lurdes, fiz a minha prece...

Senhor, alivia a minha culpa...
Senhor, alivia a minha culpa...
Senhor, tenha misericórdia de mim...
Senhor, perdoa esse pecador...
Senhor, mas antes de tudo...Mostra-me o caminho...
Senhor, troca meu coração de pedra por um coração de carne
Que seja sensível para amar e ver teu rosto no rosto do meu irmão...
Senhor, fazei meu coração semelhante ao Teu...
Amém!
 Marcador: Um olhar diferente

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