Os Católicos Perguntam
Por que o Católico não pode ser Espírita?
O espiritismo foi codificado por Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido por seu pseudônimo "Allan Kardec", nascido em Lião, França, em 3/10/1804.
A doutrina sobre a redenção "É pelo sangue de Jesus Cristo que temos a redenção, a remissão dos pecados, segundo a riqueza de sua graça que ele derramou profusamente sobre nós", explicava São Paulo aos efésios (1,7). Nossa redenção pela paixão, morte e ressurreição de Jesus é outra verdade fundamental da fé cristã. Nisso consiste propriamente a "boa nova" ou o "evangelho". Mas nem esta verdade tão central entra no credo espírita de AK. Segundo ele cada um deve ser seu próprio redentor através do sistema de reencarnações. Por isso no espiritismo a soteriologia (doutrina sobre a redenção ou salvação do homem) é deslocada da cristologia para a antropologia.
Leão Denis o enuncia cruamente quando escreve: "Não, a missão de Cristo não era resgatar com o seu sangue os crimes da humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo, resgatar-se da ignorância e do mal. É o que os espíritos, aos milhares, afirmam em todos os pontos do mundo." (Cristianismo e espiritismo, p. 88). E o Reformador, órgão máximo da propaganda e encarnacionista no Brasil, ensina em seu número de outubro de 1955 (p. 236): "A salvação não se obtém por graça nem pelo sangue derramado por Jesus no madeiro", mas "a salvação é o ponto de esforço individual que cada um emprega, na medida de suas forças". Daí esta doutrina de AK: "Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes." (V, 88).
Ele reconhece a necessidade e o valor do arrependimento; mas este arrependimento não basta ao pecador para obter o perdão divino. Segundo ele, a contrição é apenas o início da expiação e tem como conseqüência o desejo de "uma nova encarnação para se purificar" (I, 446). "O arrependimento concorre para a melhoria do espírito, mas ele tem que expiar o seu passado" (I, 448); "o arrependimento lhe apressa a reabilitação, mas não o absolve" (I, 450); "o arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito, destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação." (V, 90); e a graça é coisa que não existe porque "seria uma injustiça" (IV, 76). No livro Roma e o Evangelho (5ª ed.), o espírito de "Maria" dita estas palavras: "Jesus Cristo não podia, nem quis assumir todas as responsabilidades individuais, contraídas ou por contrair, emanadas dos pecados dos homens, e muito menos podia, pelo sacrifício de sua vida, remir a humanidade da pena de desterro a que fora condenada. A redenção da humanidade não se firma, pois, nos méritos e sacrifícios de Jesus, e, sim, nas boas obras dos homens. Que cegueira! Quanta aberração! Supor e afirmar que os sofrimentos e a morte do Justo foram ordenados do alto, em expiação dos pecados de todos, é a mais orgulhosa das blasfêmias contra a justiça do Eterno." A doutrina sobre a Igreja: "Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica." É a profissão cristã. Nem esta profissão entra no credo espírita.
Com a negação da doutrina cristã sobre a redenção e santificação dos homens, contestam-se conseqüentemente também todos os meios instituídos por Jesus Cristo para a salvação e santificação. A começar pelo batismo. Jesus mandou aos apóstolos ir pelo mundo inteiro, ensinar a todos tudo quanto ele lhes ordenara, batizando a todos "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19-20), esclarecendo: "Aquele que crer e for batizado será salvo; o que não crer será condenado" (Mc 16,16). No Brasil, os espíritas, fiéis à doutrina codificada por AK, já não batizam nem fazem batizar seus filhos. Nem teria sentido. Pois é pelas reencarnações que os homens devem alcançar a perfeição. Na última ceia Jesus instituiu a eucaristia e ordenou aos apóstolos: "Fazei isto em minha memória" (Lc 22,19). Mas os espíritas não o fazem. Nem teria sentido. Pois, segundo eles, o mistério pascal não tem valor de sacrifício pelos pecados dos homens. Jesus disse aos apóstolos: "Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados" (Jo 20,23). Mas os espíritas não procuram receber o perdão divino que lhes é generosamente oferecido. Nem teria sentido. Pois somente mediante as reencarnações se alcança o perdão.
Jesus disse a Pedro: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus e o que ligares na terra será ligado nos céus e o que desligares na terra será desligado nos céus." (Mt 16,18-19). Mas os espíritas não dão nenhuma importância nem a Pedro e seus sucessores, nem à Igreja que Jesus dizia "sua", nem ao poder das chaves que o Senhor Jesus entregou ao chefe do colégio apostólico. Jesus declarou aos apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve, quem vos despreza a mim despreza, e quem me despreza, despreza aquele que me enviou" (Lc 10,16). Para os espíritas tudo isso já está superado. Pois eles vão receber as orientações dos espíritos que baixam em seus centros. Proclamando a nulidade dos sacramentos, quer AK que o espiritismo não tenha "nem culto, nem rito, nem templos" (VII, 235). E o Conselho Federativo Nacional dos espíritas, em sua reunião de 5/7/1952, declarou, "por unanimidade que o espiritismo é religião sem ritos, sem liturgia e sem sacramentos". Proclama-se assim a total inutilidade da Igreja, que será substituída pelo espiritismo. No livro Depois da morte (p. 80), profetiza Leão Denis: "Chegará a ocasião em que o catolicismo, seus dogmas e práticas não serão mais do que vagas reminiscências quase apagadas da memória dos homens, como o são para nós os paganismos romanos e escandinavos."
Não seria difícil continuar a lista de negações. Assim, para dar apenas mais alguns exemplos, o espiritismo nega a criação da alma humana; recusa a união substancial entre corpo e alma; afirma que não há anjos e demônios; repudia os privilégios de Maria Santíssima; não admite o pecado original; contesta a graça divina; abandona toda a doutrina do sobrenatural; rejeita a unicidade da vida humana terrestre; ignora o juízo particular depois da morte; não concede a existência do purgatório; ridiculariza o inferno; reprova a ressurreição da carne; e desdenha o juízo final. Em uma palavra: renuncia a todo o credo cristão. Em que consiste, pois, seu anunciado "cristianismo"? Tudo é simplesmente reduzido à aceitação de alguns princípios morais do Evangelho, tal como AK aprendera em sua juventude, no Instituto de Pestalozzi, em Yverdun, na Suíça. Seu manual "cristão ...seu manual Cristão...é unicamente O evangelho segundo o espiritismo, "com a explicação das máximas morais de Cristo em concordância com o espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida", que AK publicou em 1864. Na Revue Spirite de junho de 1867, AK critica a obra de J. B. Roustaing (que ensinava que o corpo de Jesus era meramente aparente ou fluídico) e revela que em O evangelho segundo o espiritismo ele se circunscrevera simplesmente às máximas morais que são, geralmente, claras e nem poderiam ser interpretadas de maneiras diversas e são, por isso, aceitas por todos. E então revela: "Essa a razão que nos levou a começar por aí, a fim de sermos aceitos sem contestação, aguardando, relativamente ao mais, que a opinião geral se encontrasse familiarizada com a idéia espírita." Passa então a criticar Roustaing, dizendo: "O autor desta nova obra julgou dever seguir outra orientação: em lugar de proceder gradativamente, quis de um salto atingir o fim. Assim é que tratou de certas questões que ainda não julgáramos oportuno abordar."
AK era oportunista. Daí seu proposital silêncio sobre certas questões, por exemplo, a Santíssima Trindade. Seu único estudo de caráter teológico, embora negativo, sobre a natureza de Jesus Cristo, não foi por ele publicado, mas apareceu apenas depois em suas Obras póstumas. Ele recomenda esta norma de agir: "Cumpre nos façamos compreensíveis. Se alguém tem uma convicção bem firmada sobre uma doutrina, ainda que falsa, necessário é que lhe tiremos essa convicção, mas pouco a pouco. Por isso é que muitas vezes nos servimos de seus termos e aparentamos abundar nas suas idéias: é para que não fique de súbito ofuscado e não deixe de se instruir conosco." (III, 336).
Sendo o Brasil um país tradicionalmente católico ou cristão, os espíritas, de acordo com o citado princípio de AK, se apresentam como "cristãos" e difundem principalmente O evangelho segundo o espiritismo. Começam por dizer que o espiritismo é apenas ciência e filosofia, não cogitando de questões dogmáticas; que eles não combatem crença alguma; que o católico, para ser espírita, não precisa deixar de ser católico; que todas as religiões são boas, contanto que se faça o bem e se pratique a caridade, etc. e por isso vão dando nomes de santos nossos aos centros espíritas.
O Conselho Federativo resolveu prescrever a seguinte norma geral: "As sociedades adesas (à Federação Espírita Brasileira), mediante entendimento com a Federação, quando esta julgar oportuno e as convidar para isso, cuidarão de modificar suas denominações no sentido de suprimir delas o qualificativo de ´santo´ e de substituir por outras, tiradas dos princípios e preceitos espíritas, dos lugares onde tenham sua sede, das datas de relevo nos anais do espiritismo e dos nomes dos seus grandes pioneiros." Assim, por exemplo, começa algum centro espírita por chamar-se "Centro são Francisco de Assis"; depois, quando a Federação julgar oportuno, suprimirá o qualificativo "santo"; e afinal, quando seus adeptos já estiverem suficientemente distanciados da Igreja, será "Centro Allan Kardec".
O espírita perante a Igreja
Em 1953 a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil reafirmou a determinação feita pelo Episcopado Nacional na Pastoral Coletiva de 1915, revista pelos bispos em 1948 nestes termos: "Os espíritas devem ser tratados, tanto no foro interno como no foro externo, como verdadeiros hereges, e não podem ser admitidos à recepção dos sacramentos, sem que antes reparem os escândalos dados, abjurem o espiritismo e façam a profissão de fé."
Segundo o novo Direito Canônico (de 1983), "chama-se heresia a negação pertinaz, após a recepção do batismo, de qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou a dúvida pertinaz a respeito dela" (cân. 751). E no cânon 1364 parágrafo 1, a nova legislação eclesiástica determina que "o herege incorre automaticamente em excomunhão", isto é: deve ser excluído da recepção dos sacramentos (cân. 1331 par. 1), não pode ser padrinho de batismo (cân. 874), nem da confirmação (cân. 892) e não lhe será lícito receber o sacramento do matrimônio sem licença especial do bispo (cân. 1071) e sem as condições indicadas pelo cânon 1125. Também não pode ser membro de associação ou irmandade católica (cân. 316).
O espiritismo afeta a mente e o sistema nervoso. Constatando que no Brasil muitas pessoas freqüentam o espiritismo por motivos apenas sentimentais: "desejam consolação (uma pretensa comunicação com os mortos) ou uma receita para curar doença ou um conselho para sair de um problema"; são pessoas conhecedoras da doutrina espírita como tal e que a professam convictamente; e que "por isto querem ser católicos e espíritas ao mesmo tempo" - como se isto fosse possível, Padre Estêvão Bettencourt, O.S.B., fazendo uma apreciação sobre o espiritismo, em folhetos da série "Nós e Nós", da Editora Santuário, adverte quando aos perigos para a mente e o sistema nervoso que pode a mediunidade acarretar aos seus usuários. Médicos e psicólogos registram que a frequentação do espiritismo afeta profundamente o psiquismo e o sistema nervoso dos seus clientes.
Sim, quem procura um Centro Espírita, procura-o muitas vezes porque já está ou psiquicamente abalado por doença ou por um problema qualquer resistente; não tendo conseguido solução por vias racionais ou científicas, vai tentá-la por via "mística" ou emotiva ou por meio de sugestão espírita. De fato, as sessões espíritas mexem fortemente com a fantasia ou a imaginação dos clientes, fazendo-os entrar num "mundo novo" ("o mundo do além"), induzindo-os a assumir um comportamento que não é orientado por critérios racionais, mas por critérios imaginados pelo médium e incutidos ao paciente.
Ora tal atuação prejudica gravemente a saúde psíquica e os nervos do cliente já debilitado pela luta anterior contra o seu problema. Precisamente a grade difusão do espiritismo no Brasil faz que a nossa terra seja um dos países de maior índice de doenças mentais do mundo. "Verifica-se que, na proporção em que o espiritismo cresce no Brasil, aumenta o número de casos psicopáticos em nossa pátria.
O espiritismo ou provoca a perturbação nervosa (.) ou a agrava (quando pretende curá-la). O médium ou o curandeiro só leva em conta os sintomas ou os efeitos da moléstia, sem atinar com as causas, que ele ignora ou que ele interpreta supersticiosamente. Em conseqüência, ele contribui para agravar a divisão da personalidade, tornando-a cada vez menos capaz de encontrar a cura."
(Texto extraído do jornal Atualidade editado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Semanário Católico de 20/3/1988.)
Fonte: Subsecretariado de Medjugorje - Balneário Camboriú - SC.
Porque o Católico não pode ser Espírita (Parte II)
1. O Católico: admite a possibilidade de "mistério" e aceita as verdades sempre que tem certeza que foram reveladas por Deus. O Espírita: proclama que absolutamente não há "mistérios" e tudo o que a mente humana não pode compreender, é falso e deve ser rejeitado.
2. O Católico: instruído crê que Deus pode e faz milagres. O Espírita: rejeita a possibilidade de milagres e ensina que Deus também deve obedecer às "leis" da natureza.
3. O Católico: crê que os livros da Sagrada Escritura foram inspirados por Deus, portanto não podem ter erros em questão de fé e moral. O Espírita: declara que a Bíblia está cheia de erros e contradições e que nunca foi inspirada por Deus.
4. O Católico: crê que Jesus enviou o Espírito Santo aos apóstolos e seus sucessores para que pudessem transmitir fielmente, sem erros, a sua Doutrina. O Espírita: declara que os apóstolos e seus sucessores não entenderam os ensinamentos de Cristo e que tudo o que eles nos transmitiram está errado, é falsificado.
5. O Católico: crê que Jesus instituiu a Igreja para continuar sua obra. O Espírita: declara que até a vinda de Allan Kardec a obra de Cristo estava perdida e inutilizada.
6. O Católico: crê que o Papa, sucessor de Pedro, é infalível em questões de fé e moral. O Espírita: proclama que os Papas só espalharam o erro e a incredulidade.
7. O Católico: crê que Jesus nos ensinou toda a Revelação e nada mais há para ser revelado. O Espírita: proclama que o espiritismo é a terceira revelação, destinada a retificar e substituir o Evangelho de Cristo.
8. O Católico: crê no Mistério da Santíssima Trindade. O Espírita: nega esse augusto mistério.
9. O Católico: crê que Deus é o Criador de tudo, Ser Pessoal, distinto do mundo. O Espírita: afirma que os homens são partículas de Deus - verdadeiro panteísmo.
10. O Católico: crê que Deus criou a alma humana no momento de sua união com o corpo. O Espírita: afirma que nossa alma é o resultado da lenta e longa evolução, tendo passado pelo reino mineral, vegetal e animal.
11. O Católico: crê que o homem é uma composição substancial de corpo e alma. O Espírita: afirma que é um composto entre "perispírito" e alma e que o corpo é apenas invólucro temporário, um "Alambique para purificar o espírito".
12. O Católico: obedece a Deus que, sob penas severas, proibia a evocação dos mortos. O Espírita: faz dessa evocação uma nova religião.
13. O Católico: crê na existência de anjos e demônios. O Espírita: afirma que não há anjos, mas espíritos mais evoluídos e que eram homens. Que não há demônios, mas apenas espíritos imperfeitos que alcançarão a perfeição.
14. O Católico: crê que Jesus é verdadeiramente o Filho Unigênito de Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. O Espírita: nega esta verdade fundamental da fé cristã e afirma que Cristo era apenas um grande "médium" e nada mais.
15. O Católico: crê que Jesus é também verdadeiro homem, com corpo real e alma humana. O Espírita: em grande parte, afirma que Cristo tinha apenas um corpo aparente ou fluídico.
16. O Católico: crê que Maria é Mãe de Deus, imaculada, assunta ao céu. O Espírita: nega e ridiculariza todos os privilégios de Maria, Mãe de Deus.
17. O Católico: crê que Jesus veio para nos salvar por sua Paixão e Morte. O Espírita: afirma que Jesus não é nosso Redentor, mas apenas veio para ensinar algumas verdades e isso mesmo de um modo obscuro, e que cada pessoa precisa remir-se a si mesmo.
18. O Católico: crê que Deus pode perdoar o pecador contrito. O Espírita: afirma que Deus não pode perdoar pecados sem que preceda rigorosa expiação e reparação feita pelo próprio pecador, sempre em novas reencarnações.
19. O Católico: crê nos sete sacramentos e na graça própria de cada sacramento. O Espírita: não aceita nenhum sacramento, nem mesmo o poder da graça santificante.
20. O Católico: crê que o homem vive sobre a terra e que desta única existência depende a vida eterna. O Espírita: afirma que a gente nasce, vive e morre e renasce ainda e progride continuamente.
21. O Católico: crê que após esta vida, há céu e inferno. O Espírita: nega - crê em novas reencarnações.
Marcador: Religiões e crenças
Fonte: http://www.rainhamaria.com.br/Pagina/177/Por-que-o-Catolico-nao-pode-ser-Espirita
A doutrina sobre a redenção "É pelo sangue de Jesus Cristo que temos a redenção, a remissão dos pecados, segundo a riqueza de sua graça que ele derramou profusamente sobre nós", explicava São Paulo aos efésios (1,7). Nossa redenção pela paixão, morte e ressurreição de Jesus é outra verdade fundamental da fé cristã. Nisso consiste propriamente a "boa nova" ou o "evangelho". Mas nem esta verdade tão central entra no credo espírita de AK. Segundo ele cada um deve ser seu próprio redentor através do sistema de reencarnações. Por isso no espiritismo a soteriologia (doutrina sobre a redenção ou salvação do homem) é deslocada da cristologia para a antropologia.
Leão Denis o enuncia cruamente quando escreve: "Não, a missão de Cristo não era resgatar com o seu sangue os crimes da humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo, resgatar-se da ignorância e do mal. É o que os espíritos, aos milhares, afirmam em todos os pontos do mundo." (Cristianismo e espiritismo, p. 88). E o Reformador, órgão máximo da propaganda e encarnacionista no Brasil, ensina em seu número de outubro de 1955 (p. 236): "A salvação não se obtém por graça nem pelo sangue derramado por Jesus no madeiro", mas "a salvação é o ponto de esforço individual que cada um emprega, na medida de suas forças". Daí esta doutrina de AK: "Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes." (V, 88).
Ele reconhece a necessidade e o valor do arrependimento; mas este arrependimento não basta ao pecador para obter o perdão divino. Segundo ele, a contrição é apenas o início da expiação e tem como conseqüência o desejo de "uma nova encarnação para se purificar" (I, 446). "O arrependimento concorre para a melhoria do espírito, mas ele tem que expiar o seu passado" (I, 448); "o arrependimento lhe apressa a reabilitação, mas não o absolve" (I, 450); "o arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito, destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação." (V, 90); e a graça é coisa que não existe porque "seria uma injustiça" (IV, 76). No livro Roma e o Evangelho (5ª ed.), o espírito de "Maria" dita estas palavras: "Jesus Cristo não podia, nem quis assumir todas as responsabilidades individuais, contraídas ou por contrair, emanadas dos pecados dos homens, e muito menos podia, pelo sacrifício de sua vida, remir a humanidade da pena de desterro a que fora condenada. A redenção da humanidade não se firma, pois, nos méritos e sacrifícios de Jesus, e, sim, nas boas obras dos homens. Que cegueira! Quanta aberração! Supor e afirmar que os sofrimentos e a morte do Justo foram ordenados do alto, em expiação dos pecados de todos, é a mais orgulhosa das blasfêmias contra a justiça do Eterno." A doutrina sobre a Igreja: "Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica." É a profissão cristã. Nem esta profissão entra no credo espírita.
Com a negação da doutrina cristã sobre a redenção e santificação dos homens, contestam-se conseqüentemente também todos os meios instituídos por Jesus Cristo para a salvação e santificação. A começar pelo batismo. Jesus mandou aos apóstolos ir pelo mundo inteiro, ensinar a todos tudo quanto ele lhes ordenara, batizando a todos "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19-20), esclarecendo: "Aquele que crer e for batizado será salvo; o que não crer será condenado" (Mc 16,16). No Brasil, os espíritas, fiéis à doutrina codificada por AK, já não batizam nem fazem batizar seus filhos. Nem teria sentido. Pois é pelas reencarnações que os homens devem alcançar a perfeição. Na última ceia Jesus instituiu a eucaristia e ordenou aos apóstolos: "Fazei isto em minha memória" (Lc 22,19). Mas os espíritas não o fazem. Nem teria sentido. Pois, segundo eles, o mistério pascal não tem valor de sacrifício pelos pecados dos homens. Jesus disse aos apóstolos: "Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados" (Jo 20,23). Mas os espíritas não procuram receber o perdão divino que lhes é generosamente oferecido. Nem teria sentido. Pois somente mediante as reencarnações se alcança o perdão.
Jesus disse a Pedro: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus e o que ligares na terra será ligado nos céus e o que desligares na terra será desligado nos céus." (Mt 16,18-19). Mas os espíritas não dão nenhuma importância nem a Pedro e seus sucessores, nem à Igreja que Jesus dizia "sua", nem ao poder das chaves que o Senhor Jesus entregou ao chefe do colégio apostólico. Jesus declarou aos apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve, quem vos despreza a mim despreza, e quem me despreza, despreza aquele que me enviou" (Lc 10,16). Para os espíritas tudo isso já está superado. Pois eles vão receber as orientações dos espíritos que baixam em seus centros. Proclamando a nulidade dos sacramentos, quer AK que o espiritismo não tenha "nem culto, nem rito, nem templos" (VII, 235). E o Conselho Federativo Nacional dos espíritas, em sua reunião de 5/7/1952, declarou, "por unanimidade que o espiritismo é religião sem ritos, sem liturgia e sem sacramentos". Proclama-se assim a total inutilidade da Igreja, que será substituída pelo espiritismo. No livro Depois da morte (p. 80), profetiza Leão Denis: "Chegará a ocasião em que o catolicismo, seus dogmas e práticas não serão mais do que vagas reminiscências quase apagadas da memória dos homens, como o são para nós os paganismos romanos e escandinavos."
Não seria difícil continuar a lista de negações. Assim, para dar apenas mais alguns exemplos, o espiritismo nega a criação da alma humana; recusa a união substancial entre corpo e alma; afirma que não há anjos e demônios; repudia os privilégios de Maria Santíssima; não admite o pecado original; contesta a graça divina; abandona toda a doutrina do sobrenatural; rejeita a unicidade da vida humana terrestre; ignora o juízo particular depois da morte; não concede a existência do purgatório; ridiculariza o inferno; reprova a ressurreição da carne; e desdenha o juízo final. Em uma palavra: renuncia a todo o credo cristão. Em que consiste, pois, seu anunciado "cristianismo"? Tudo é simplesmente reduzido à aceitação de alguns princípios morais do Evangelho, tal como AK aprendera em sua juventude, no Instituto de Pestalozzi, em Yverdun, na Suíça. Seu manual "cristão ...seu manual Cristão...é unicamente O evangelho segundo o espiritismo, "com a explicação das máximas morais de Cristo em concordância com o espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida", que AK publicou em 1864. Na Revue Spirite de junho de 1867, AK critica a obra de J. B. Roustaing (que ensinava que o corpo de Jesus era meramente aparente ou fluídico) e revela que em O evangelho segundo o espiritismo ele se circunscrevera simplesmente às máximas morais que são, geralmente, claras e nem poderiam ser interpretadas de maneiras diversas e são, por isso, aceitas por todos. E então revela: "Essa a razão que nos levou a começar por aí, a fim de sermos aceitos sem contestação, aguardando, relativamente ao mais, que a opinião geral se encontrasse familiarizada com a idéia espírita." Passa então a criticar Roustaing, dizendo: "O autor desta nova obra julgou dever seguir outra orientação: em lugar de proceder gradativamente, quis de um salto atingir o fim. Assim é que tratou de certas questões que ainda não julgáramos oportuno abordar."
AK era oportunista. Daí seu proposital silêncio sobre certas questões, por exemplo, a Santíssima Trindade. Seu único estudo de caráter teológico, embora negativo, sobre a natureza de Jesus Cristo, não foi por ele publicado, mas apareceu apenas depois em suas Obras póstumas. Ele recomenda esta norma de agir: "Cumpre nos façamos compreensíveis. Se alguém tem uma convicção bem firmada sobre uma doutrina, ainda que falsa, necessário é que lhe tiremos essa convicção, mas pouco a pouco. Por isso é que muitas vezes nos servimos de seus termos e aparentamos abundar nas suas idéias: é para que não fique de súbito ofuscado e não deixe de se instruir conosco." (III, 336).
Sendo o Brasil um país tradicionalmente católico ou cristão, os espíritas, de acordo com o citado princípio de AK, se apresentam como "cristãos" e difundem principalmente O evangelho segundo o espiritismo. Começam por dizer que o espiritismo é apenas ciência e filosofia, não cogitando de questões dogmáticas; que eles não combatem crença alguma; que o católico, para ser espírita, não precisa deixar de ser católico; que todas as religiões são boas, contanto que se faça o bem e se pratique a caridade, etc. e por isso vão dando nomes de santos nossos aos centros espíritas.
O Conselho Federativo resolveu prescrever a seguinte norma geral: "As sociedades adesas (à Federação Espírita Brasileira), mediante entendimento com a Federação, quando esta julgar oportuno e as convidar para isso, cuidarão de modificar suas denominações no sentido de suprimir delas o qualificativo de ´santo´ e de substituir por outras, tiradas dos princípios e preceitos espíritas, dos lugares onde tenham sua sede, das datas de relevo nos anais do espiritismo e dos nomes dos seus grandes pioneiros." Assim, por exemplo, começa algum centro espírita por chamar-se "Centro são Francisco de Assis"; depois, quando a Federação julgar oportuno, suprimirá o qualificativo "santo"; e afinal, quando seus adeptos já estiverem suficientemente distanciados da Igreja, será "Centro Allan Kardec".
O espírita perante a Igreja
Em 1953 a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil reafirmou a determinação feita pelo Episcopado Nacional na Pastoral Coletiva de 1915, revista pelos bispos em 1948 nestes termos: "Os espíritas devem ser tratados, tanto no foro interno como no foro externo, como verdadeiros hereges, e não podem ser admitidos à recepção dos sacramentos, sem que antes reparem os escândalos dados, abjurem o espiritismo e façam a profissão de fé."
Segundo o novo Direito Canônico (de 1983), "chama-se heresia a negação pertinaz, após a recepção do batismo, de qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou a dúvida pertinaz a respeito dela" (cân. 751). E no cânon 1364 parágrafo 1, a nova legislação eclesiástica determina que "o herege incorre automaticamente em excomunhão", isto é: deve ser excluído da recepção dos sacramentos (cân. 1331 par. 1), não pode ser padrinho de batismo (cân. 874), nem da confirmação (cân. 892) e não lhe será lícito receber o sacramento do matrimônio sem licença especial do bispo (cân. 1071) e sem as condições indicadas pelo cânon 1125. Também não pode ser membro de associação ou irmandade católica (cân. 316).
O espiritismo afeta a mente e o sistema nervoso. Constatando que no Brasil muitas pessoas freqüentam o espiritismo por motivos apenas sentimentais: "desejam consolação (uma pretensa comunicação com os mortos) ou uma receita para curar doença ou um conselho para sair de um problema"; são pessoas conhecedoras da doutrina espírita como tal e que a professam convictamente; e que "por isto querem ser católicos e espíritas ao mesmo tempo" - como se isto fosse possível, Padre Estêvão Bettencourt, O.S.B., fazendo uma apreciação sobre o espiritismo, em folhetos da série "Nós e Nós", da Editora Santuário, adverte quando aos perigos para a mente e o sistema nervoso que pode a mediunidade acarretar aos seus usuários. Médicos e psicólogos registram que a frequentação do espiritismo afeta profundamente o psiquismo e o sistema nervoso dos seus clientes.
Sim, quem procura um Centro Espírita, procura-o muitas vezes porque já está ou psiquicamente abalado por doença ou por um problema qualquer resistente; não tendo conseguido solução por vias racionais ou científicas, vai tentá-la por via "mística" ou emotiva ou por meio de sugestão espírita. De fato, as sessões espíritas mexem fortemente com a fantasia ou a imaginação dos clientes, fazendo-os entrar num "mundo novo" ("o mundo do além"), induzindo-os a assumir um comportamento que não é orientado por critérios racionais, mas por critérios imaginados pelo médium e incutidos ao paciente.
Ora tal atuação prejudica gravemente a saúde psíquica e os nervos do cliente já debilitado pela luta anterior contra o seu problema. Precisamente a grade difusão do espiritismo no Brasil faz que a nossa terra seja um dos países de maior índice de doenças mentais do mundo. "Verifica-se que, na proporção em que o espiritismo cresce no Brasil, aumenta o número de casos psicopáticos em nossa pátria.
O espiritismo ou provoca a perturbação nervosa (.) ou a agrava (quando pretende curá-la). O médium ou o curandeiro só leva em conta os sintomas ou os efeitos da moléstia, sem atinar com as causas, que ele ignora ou que ele interpreta supersticiosamente. Em conseqüência, ele contribui para agravar a divisão da personalidade, tornando-a cada vez menos capaz de encontrar a cura."
(Texto extraído do jornal Atualidade editado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Semanário Católico de 20/3/1988.)
Fonte: Subsecretariado de Medjugorje - Balneário Camboriú - SC.
Porque o Católico não pode ser Espírita (Parte II)
1. O Católico: admite a possibilidade de "mistério" e aceita as verdades sempre que tem certeza que foram reveladas por Deus. O Espírita: proclama que absolutamente não há "mistérios" e tudo o que a mente humana não pode compreender, é falso e deve ser rejeitado.
2. O Católico: instruído crê que Deus pode e faz milagres. O Espírita: rejeita a possibilidade de milagres e ensina que Deus também deve obedecer às "leis" da natureza.
3. O Católico: crê que os livros da Sagrada Escritura foram inspirados por Deus, portanto não podem ter erros em questão de fé e moral. O Espírita: declara que a Bíblia está cheia de erros e contradições e que nunca foi inspirada por Deus.
4. O Católico: crê que Jesus enviou o Espírito Santo aos apóstolos e seus sucessores para que pudessem transmitir fielmente, sem erros, a sua Doutrina. O Espírita: declara que os apóstolos e seus sucessores não entenderam os ensinamentos de Cristo e que tudo o que eles nos transmitiram está errado, é falsificado.
5. O Católico: crê que Jesus instituiu a Igreja para continuar sua obra. O Espírita: declara que até a vinda de Allan Kardec a obra de Cristo estava perdida e inutilizada.
6. O Católico: crê que o Papa, sucessor de Pedro, é infalível em questões de fé e moral. O Espírita: proclama que os Papas só espalharam o erro e a incredulidade.
7. O Católico: crê que Jesus nos ensinou toda a Revelação e nada mais há para ser revelado. O Espírita: proclama que o espiritismo é a terceira revelação, destinada a retificar e substituir o Evangelho de Cristo.
8. O Católico: crê no Mistério da Santíssima Trindade. O Espírita: nega esse augusto mistério.
9. O Católico: crê que Deus é o Criador de tudo, Ser Pessoal, distinto do mundo. O Espírita: afirma que os homens são partículas de Deus - verdadeiro panteísmo.
10. O Católico: crê que Deus criou a alma humana no momento de sua união com o corpo. O Espírita: afirma que nossa alma é o resultado da lenta e longa evolução, tendo passado pelo reino mineral, vegetal e animal.
11. O Católico: crê que o homem é uma composição substancial de corpo e alma. O Espírita: afirma que é um composto entre "perispírito" e alma e que o corpo é apenas invólucro temporário, um "Alambique para purificar o espírito".
12. O Católico: obedece a Deus que, sob penas severas, proibia a evocação dos mortos. O Espírita: faz dessa evocação uma nova religião.
13. O Católico: crê na existência de anjos e demônios. O Espírita: afirma que não há anjos, mas espíritos mais evoluídos e que eram homens. Que não há demônios, mas apenas espíritos imperfeitos que alcançarão a perfeição.
14. O Católico: crê que Jesus é verdadeiramente o Filho Unigênito de Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. O Espírita: nega esta verdade fundamental da fé cristã e afirma que Cristo era apenas um grande "médium" e nada mais.
15. O Católico: crê que Jesus é também verdadeiro homem, com corpo real e alma humana. O Espírita: em grande parte, afirma que Cristo tinha apenas um corpo aparente ou fluídico.
16. O Católico: crê que Maria é Mãe de Deus, imaculada, assunta ao céu. O Espírita: nega e ridiculariza todos os privilégios de Maria, Mãe de Deus.
17. O Católico: crê que Jesus veio para nos salvar por sua Paixão e Morte. O Espírita: afirma que Jesus não é nosso Redentor, mas apenas veio para ensinar algumas verdades e isso mesmo de um modo obscuro, e que cada pessoa precisa remir-se a si mesmo.
18. O Católico: crê que Deus pode perdoar o pecador contrito. O Espírita: afirma que Deus não pode perdoar pecados sem que preceda rigorosa expiação e reparação feita pelo próprio pecador, sempre em novas reencarnações.
19. O Católico: crê nos sete sacramentos e na graça própria de cada sacramento. O Espírita: não aceita nenhum sacramento, nem mesmo o poder da graça santificante.
20. O Católico: crê que o homem vive sobre a terra e que desta única existência depende a vida eterna. O Espírita: afirma que a gente nasce, vive e morre e renasce ainda e progride continuamente.
21. O Católico: crê que após esta vida, há céu e inferno. O Espírita: nega - crê em novas reencarnações.
Marcador: Religiões e crenças
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