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11 de janeiro de 2011


Papa pede ao mundo autêntico espírito de paz
E aos cristãos, que não cedam ao desânimo nem à resignação
CIDADE DO VATICANO, sábado, 1º de janeiro de 2011 - Em um mundo no qual os cristãos continuam sendo vítimas de ataques sanguinários, o Papa Bento XVI pediu um “autêntico espírito de paz” e a coragem de enfrentar as dificuldades.
Esta foi sua mensagem durante a homilia que presidiu na Basílica Vaticana hoje, solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, e Dia Mundial da Paz, recordando que esta última já se tornou uma “tradição consolidada” na Igreja.
“É bom iniciar um novo caminhar andando com decisão em direção à paz”, afirmou o Papa, querendo recolher “o grito de tantos homens, mulheres, crianças e idosos, vítimas da guerra, que é o rosto mais horrível e violento da história”.
“Diante dos trágicos acontecimentos que marcam a história, diante das lógicas de guerra que infelizmente ainda não foram superadas, somente Deus pode tocar o coração humano e assegurar esperança e paz à humanidade”, constatou o Papa.
A paz, sublinhou, “tem suas raízes no mistério de Cristo”, mas é também “um valor humano a ser realizado no campo social e político”.
Neste contexto, a humanidade “não se pode mostrar resignada à força negativa do egoísmo e da violência, não se pode habituar a conflitos que provocam vítimas e põem em risco o futuro dos povos”.
“Diante das ameaçadoras tensões do momento, diante especialmente das discriminações, arbitrariedades e intolerâncias religiosas, que hoje agridem particularmente os cristãos, mais uma vez renovo o convite para que não cedam ao desânimo e à resignação”, declarou o Pontífice, exortando todos a rezarem para que “cheguem a bom fim os esforços realizados em toda parte para promover e construir a paz no mundo”.
Para levar a cabo esta “difícil tarefa”, acrescentou, “não bastam palavras”, senão que é necessário “o empenho concreto e constante dos responsáveis das nações, mas é sobretudo necessário que cada pessoa esteja animada pelo autêntico espírito da paz”.

O exemplo de Maria

Bento XVI prosseguiu sua homilia recordando que este Dia Mundial da Paz, comemorado cada ano desde 1968 em nome da Mãe de Deus, manifesta que esta paz, que é “dom messiânico por excelência”, chegou por meio de Maria.
Maria, afirmou o Papa, “é verdadeira Mãe de Deus, precisamente em virtude da sua total relação a Cristo. Portanto, glorificando o Filho, honra-se a Mãe e, honrando a Mãe, glorifica-se o Filho”.
O título de “Mãe de Deus” celebrado pela liturgia “põe em relevo, sublinha a missão única da Virgem Santa na história da salvação: missão que está na base do culto e da devoção que o povo cristão lhe reserva”.
“De fato, Maria não recebeu o dom de Deus só para si, mas para levá-lo ao mundo: na sua virgindade fecunda, Deus deu aos homens os bens da salvação eterna”; e Ela “oferece continuamente sua mediação ao Povo de Deus que peregrina na história, rumo à eternidade, como antes a ofereceu aos pastores de Belém”.
“Ela, que deu a vida terrena o Filho de Deus, continua dando aos homens a vida divina, que é Jesus Cristo e seu Santo Espírito. Por isso, é considerada a Mãe de todo homem que nasce para a Graça e, ao mesmo tempo, é invocada como Mãe da Igreja”, concluiu o Papa.
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